“Se nos calarmos, até as pedras gritarão”,
(foto da net)
Esta morte, nos provoca uma profunda reflexão e uma mudança de atitude diante da vida. Cristo continua morrendo e nossas mãos estão sujas de sangue.
a noticia da morte de uma criança de 11 anos, do sexo feminino, brutalmente violentada, estuprada e assassinada no parque ecológico da timbaúbas, em Juazeiro. As circunstâncias nas quais a menina foi encontrada são terríveis, e os motivos do crime, pelo que se comenta, envolve uma teia de negociações hediondas. 1. Os personagens dessa terrível história estão inseridos no contexto de uma comunidade violenta, no sentido mais amplo da palavra, largados à própria sorte, desassistidos de politicas públicas (e aqui falo de politicas publicas eficazes, que venham atender às demandas sociais. Postos de saúde e escolas sem qualidade de educação não podem se encaixar nessa configuracão, pois sabemos que representam muito mais a inoperância e a ineficácia do poder publico frente aos problemas sociais);
2. O índice de natalidade nessa comunidade é altíssimo: é comum meninas de 15 anos já serem mães, e já estarem grávidas novamente;
3. Essas crianças crescem absorvendo toda a falta de estrutura da família e da comunidade em seu entorno, presenciando, muitas vezes, situações de extrema violência familiar;
5. Por meio das nossas ações, ou pela falta delas, produzimos diariamente a miséria social. Extratificamos as populações por níveis de renda, segregamos as populações de baixa renda e delas são subtraídos os direitos que lhe são legítimos, e assim contribuímos para a producão de comunidades violentas, com baixíssimos índices de desenvolvimento humano e altíssimos índices de exclusão;
6. A miséria social é uma questão de ética, ou da falta dela;
7. Assim como não cuidamos da natureza, também não cuidamos das pessoas, e assim como a natureza se revolta e traz à cena catástrofes ambientais, a revolta do social também provoca terríveis catástrofes, como essa que aconteceu agora em Juazeiro;
8. Se não quisermos nos transformar em mais uma megalópole caótica, constituída pelos centros urbanos CRA-JU-BAR, precisamos começar a tomar providências urgentes. A primeira delas é sabermos que estamos em processo de desenvolvimento e que essa é a hora de planejarmos esse desenvolvimento. Participarmos da vida política da região de forma mais atuante, dizendo não aos "ratos" e "urubus" pode ser um bom começo;
9. Assistir passivamente à desgraça social é, no minimo, uma atitude de egoismo e individualismo;
10. Pedir a Deus que ele abençoe à nossa família é uma atitude muito cômoda, simplesmente porque é muito fácil ser abençoado quando se tem condições financeiras de erguer abrigos anti-nucleares para proteger os seus nessa guerra de classes;
11. Não há desenvolvimento sem equidade social, liberdade de escolha, politicas publicas integradas e abrangentes, ética social. Crescimento econômico sem crescimento das oportunidades sociais, sem o devido atendimento às demandas sociais, sem considerar as demais dimensões do processo social , não é desenvolvimento, e sim o fermento do grande bolo do caos;
12. As comunidades desassistidas são problemas nossos...nós contribuimos para as suas existências, e não é com ações assistencialistas e clientelistas que podemos ajuda-las. Precisamos pensar maneiras de exercer a nossa cidadania de forma realmente comprometida. Cada um de nós é sujeito politico, atuante no processo...
13. A morte dessa menina é um problema nosso...
Mano Granjeiro
( Juazeiro do Norte-CE)
Triste realidade que nos impele a agir para a transformação da vida...
ResponderExcluirÉ preciso abrir o olhar para o mundo de miséria que nos rodeia. Nossa Igreja, em muitos casos, permanece inerte, omissa. Se faz extremamente nbecessário que a o Povo de Deus sinta-se representado pela sua Igreja, que ela o ajude a se organizar em torno da luta pela transformação, pela transfiguração das realidades. Basta de silêncio.
ResponderExcluirQuizera que todas as meninas e meninos tivessem amor carinho e condições de viver dignamente com segurança de sua vida. Carol
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