Fortaleza, 30 de Agosto de 2012.
Amigos e amigas, boa noite! Eu sou Cleide e eu João
É com grande alegria que nós do
Movimento Formação Cristã Libertadora recebemos vocês, para juntos e juntas,
dialogarmos sobre tema tão relevante para a Igreja como para a sociedade em
geral. Antes, de fazer referencia ao tema, torna-se necessária uma apresentação
do que é o Movimento Formação Cristã Libertadora e em que consiste a sua
existência.
O Movimento por uma Formação Cristã
Libertadora tem mais de um ano de existência, ele nasceu de uma insatisfação
com a crescente irrelevância do ensino teológico-catequético na preparação de
cristão para as grandes questões humanitárias de nossa época. Somos homens e
mulheres de diversas denominações cristãs que nos organizamos para somar
forças, afim de oferecer uma alternativa na concepção/vivência do ser cristão,
tentando, através de uma reflexão séria e adulta apresentar para as pessoas com
uma linguagem moderna que “outro
Cristianismo é possível”. Queremos praticar uma vivência cristã, sensível ao
drama dos empobrecidos e marginalizados de nossa sociedade, respeitador e
acolhedor no trato com pessoas de outras orientações de vida e aberto para a
vivência sadia com as diversas expressões de fé.
Em 2011, oferecemos dois colóquios
teológicos e este ano mais um, que abordaram questões relevantes a experiência
do ser cristão: o primeiro teve como tema,“E vós, quem dizeis que eu sou?”
Tratou dos diversos imaginários que foram criados acerca de Jesus de Nazaré, o
segundo, aprofundou a temática da Igreja com o tema, “Jesus anunciou o Reino de
Deus, vieram as Igrejas”. E neste ano, nosso colóquio tratou da experiência da
emancipação humana, tentando demonstrar em que sentido às Igrejas foram fontes
de emancipação da humanidade e/ou expressões de opressão. Todos esses colóquios
tiveram como objetivo maior preparar o público que conosco refletiu, para
comemorar, neste ano de 2012, os 50 anos do Concílio Vaticano II e os 40
anos da Teologia da Libertação. Alegre motivo de estarmos aqui nesta noite!
Em nosso simpósio queremos discutir
como o Concílio Vaticano II foi expressão maior da abertura da Igreja para os
“tempos modernos”, modificando de forma significativa a relação da Igreja com
as ciências seculares e desenvolvendo uma postura dialogal, não condenatória,
além de ser um “aggiornamento” para a própria vida eclesial. A atualização do
Concílio Vaticano II para a América Latina, desenvolveu junto com cristãos comprometidos
com a libertação do povo, que era oprimido pelas ditaduras e pelos mais
diversos tipos de explorações (econômica, social, política), a conhecida,
polêmica e sempre presente, desde então, Teologia da Libertação. Queremos neste
evento relembrar em que consiste o seu ser cristão, e quais são as mudanças
significativas e irrenunciáveis que ela trouxe para Igreja, sobretudo, da
América Latina.
Não podemos deixar de agradecer as
entidades que nos ajudaram a realizar este evento: a livraria Paulus, Vozes, a
Fundação Beto Sturdat, O Grupo e ao Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja, na
pessoa da Conceição, a eles nosso muito obrigado!
Na preparação deste evento houveram
muitas dificuldades e pessoas que, de certa forma, tentaram atrapalhar, desacreditar
e rotular de forma negativa nossa empreitada. Para elas, a Canção dos
Violeiros diz o seguinte:
“A defesa é natural. Cada qual com os que
nascem, seus estilos de agradar. Uns nascem pra trabalhar, outros nascem para a
briga, outros vivem de intriga e outros de negociar. Outros vivem de enganar, o
mundo só presta assim: é um bom, outro ruim e outro num tem jeito pra dar. E
pra acabar de completar: quem tem o mel da o mel, quem tem o fel da o fel, quem
nada tem, nada dar”.
Queremos, portanto, declarar aberto o Simpósio
Teológico – 50 anos do Concílio Vaticano II e 40 anos da Teologia da
Libertação: o que o Espírito diz as Igrejas?
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