segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Bispo de Iguatu proíbe missas de cura nas Igrejas

Religião católica

Documento é divulgado com orientações normativas sobre celebrações dentro e fora das igrejas
Iguatu O bispo da Diocese de Iguatu, dom João Costa, proibiu a celebração de missa de cura e libertação, orações em língua e "repouso" no Espírito Santo, ritos ligados à Renovação Carismática Católica (RCC). A decisão foi anunciada em carta circular enviada aos padres e religiosos. O documento foi lido durante a celebração de missas em 26 paróquias em 19 municípios para conhecimento da comunidade católica.

Rituais de cura, libertação e "repouso" no Espírito Santo são considerados pela Igreja como experiências individuais, sem promoção social e comunitária. Portanto, fogem à tradição das celebrações do catolicismo fotos: honório barbosa

A decisão ocorreu em recente reunião do Colégio de Consultores da Diocese de Iguatu e provocou insatisfação entre os católicos que participavam das missas de cura e libertação. O documento apresenta orientações normativas sobre celebrações dentro e fora da igreja, segundo o que propõe a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Em Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, foram celebradas três missas de cura e libertação, reunindo centenas de católicos na Igreja Matriz de Senhora Sant´Ana. A liturgia era presidida pelo padre Samuel Cavalcante, pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, na vizinha cidade de Jucás.
Havia expectativa de celebração na última terça-feira, dia 19, na Igreja Catedral de São José. A mudança para um templo maior era decorrente do crescimento do número de participantes. Entretanto, foi suspensa em decorrência da proibição.

Assim como em diversas cidades, em Iguatu, a Renovação Carismática reúne um número crescente de adeptos, atraídos pela nova forma de celebração

Prudência
"Sempre tratei com respeito a Renovação Carismática e reconheço o bem que faz à Igreja Católica mas, como bispo, tenho que disciplinar e orientar a linha que convém à Diocese", explicou dom João Costa. "É preciso prudência", defendeu.

O bispo de Iguatu disse que segue orientações da CNBB e do Vaticano que têm documentos com orientações e limites às práticas da RCC. "Quis evitar exageros em celebrações nas igrejas", explicou dom João Costa. "Nos seus encontros, a Renovação Carismática pode fazer suas adorações e práticas".

Segundo a análise do vigário geral da Diocese de Iguatu, padre Afonso Queiroga, o documento assinado pelo bispo dom João Costa, acolhe a Renovação Carismática Católica, mas não aceita exageros e quer preservar a identidade da igreja diocesana de Iguatu. "A nossa caminhada é baseada nas orientações da CNBB, no cristianismo que não pode se distanciar da realidade social", observou.

O padre João Batista Moreira concorda com a decisão de suspender as missas de cura e libertação. "É preciso evitar que se caminhe para o misticismo e fanatismo", disse. "Milagres existem, mas o próprio Jesus fez curas e pediu que não se propagasse", afirmou.

Outro ponto abordado no documento trata do movimento pentecostal na Igreja Católica com o surgimento da Renovação Carismática. O texto expressa que são movimentos que dão ênfase ao subjetivismo e distanciam-se da realidade.

Repercussão
A decisão da Diocese de Iguatu obteve ampla repercussão nas redes sociais e chegou até o Vaticano. Em Iguatu, as opiniões são divididas entre aqueles que são favoráveis e contrários à suspensão das missas de cura e libertação. "Fiquei triste e lamento ao saber da decisão e confesso que não entendi, pois a missa é uma forma de expressar a fé em Deus, no Espírito Santo", disse a atendente de laboratório em Iguatu, Antonia Alves.

O empresário Gilson Alves participava das celebrações do padre Samuel Cavalcante e questionou: "Era algo irregular? Os padres sabiam que essas celebrações não podiam ser feitas?".

Para Alves, a Igreja deveria esclarecer melhor os católicos, conversando com os fiéis durante a liturgia.

A coordenadora da Pastoral da Criança, na Diocese de Iguatu, Alcileide Bezerra, concorda com a decisão da Diocese.

"A missa é para se viver o mistério pascoal de Cristo, numa dimensão social e missionária", defendeu ela.

O padre Samuel Cavalcante disse que celebrou apenas três missas e ficou surpreso com a decisão do bispo.

"Achei que foi precipitada, pois não usava mais o nome de cura e libertação, fiz correções sugeridas pelo bispo, evitando o passeio com o Santíssimo Sacramento e orações em língua", explicou. "Eu acato e respeito a decisão do bispo, procuro entender a sua decisão e estou pronto para servir à Diocese", afirmou o padre Samuel Cavalcante.

De acordo com o sacerdote, nas Dioceses de Crato, Quixadá e na própria Arquidiocese de Fortaleza há missas com orações espontâneas da RCC. "A minha preocupação é com a cura do coração, e não com a cura física", frisou o religioso.

A coordenação da Renovação Carismática Católica preferiu evitar comentários sobre a decisão da Diocese de Iguatu.

A CNBB oferece recomendações disciplinando práticas místicas no contexto da RCC: evitar a prática do "repouso no Espírito" na qual as pessoas parecem desmaiar durante os momentos de oração, mas permanecem conscientes do que ocorre em sua volta; preocupações exageradas com o demônio; orar e falar em línguas.

FIQUE POR DENTROExperiência pessoal com Deus é objetivo
A Renovação Carismática Católica (RCC) é um movimento da Igreja Católica Apostólica Romana surgido nos Estados Unidos em meados da década de 1960. A prática da RCC baseia-se na experiência pessoal com Deus, pela força do Espírito Santo e de seus dons, a fim de que todos tornem-se discípulos de Jesus Cristo. O movimento procura oferecer uma abordagem inovadora às formas tradicionais de doutrinação e renovar práticas tradicionais dos ritos e da mística da Igreja, mas permanecendo fiel a todos os preceitos católicos romanos.

Existem mais de 100 milhões de católicos carismáticos espalhados pelo mundo. No Brasil, a RCC teve origem na cidade de Campinas, SP, expandindo-se a partir da década de 1970.

Segundo à RCC, o "Espírito Santo", que é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, habita dentro de cada ser humano. Nele estaria o desejo da prática do bem e da santificação. É descrito como "conselheiro", "consolador" ou "auxiliador", defensor Paráclito, guiando os homens no "caminho da verdade e da justiça". Há uma ênfase especial na ação do "Espírito Santo".

ENQUETEVocê concorda com a decisão do bispo?
" Não. Fiquei triste ao saber da decisão do bispo e lamento, mas não entendi, pois a missa é uma forma de expressar a fé em Deus. O louvor e adoração ao Espírito Santo são formas aceitas pelo Vaticano"
Antonia Altamira AlvesAtendente

"Sim. O bispo não proibiu a Renovação Carismática Católica de realizar os seus encontros e momentos espirituais, mas a missa como era feita foge da liturgia própria da Igreja, sem preocupação comunitária"
Alcileide BezerraCoordenadora da Pastoral da Criança


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

FOTOS V COLÓQUIO TEOLÓGICO

REGISTRO DE  MOMENTOS  DO V  COLÓQUIO
 Mesa formada por: Carlos Tursi, Roberto Bezerra, dr. Sergio Barros e jornalista Plínio Bortolotti ( O Povo)

 Marcos Passerine, Fatima Alves,Ariosto....muita concentração!!!
 Terezinha, adquirindo mais... e.... mais saberes..... com Cornelius...
                                       

Marta, com Cornelius....sempre na participação.....valeu!!!!
                                       

 Cornelius.... Uma dos brilhos deste V Colóquio...
Mais Cornelius.....
Momentos de descontração
         
                                       
Carminha, Geraldo , Cleide.... participações fundamentais....
( fotos de Cornelius)

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

MESSIAS PONTES

ImagemAo saber do falecimento de Messias Pontes, meus pensamentos e minhas lembranças voltaram à década de 1970, ao interior do Estado do Pará, Diocese de Cametá, distante mais ou menos 200 km. de Belém, região banhada pelo rio Tocantins. Era a época das Comunidades Eclesiais de Base, assumidas em cheio e com muito empenho pela Igreja de entãoEra o tempo, em que entidades, mesmo com filosofias diversas, trabalhavam juntas, enriquecendo-se mutuamente, ao se empenharem no cuidado do bem estar do povo, e especialmente no crescimento da conscientização das pessoas, a fim de que se entendessem como sujeitos de sua própria história. 
Messias e sua esposa Nilma, impossibilitados de permanecerem em Fortaleza em virtude da sistemática e convincente resistência às arbitrariedades do regime militar, trabalhavam numa entidade, chamada FASE - Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional. Havia na região do baixo Tocantins, precisamente na cidade de Cametá, um ponto de apoio daquela entidade. Por diversas vezes viajávamos  de barco, Messias, Nilma, eu e colegaspara visitar pequenas comunidades no interior, seja nas ilhas, ou em terra firmepermanecendo juntos do povo em momentos de processos de conscientização, ou para tratarmos de assuntos mais práticos, como a formação de lideranças comunitárias e para promover cursos de agriculturaenfermagem, e outros maisEste trabalho fundamentava-se, fortemente, na defesa dos direitos do povo à promoção humana, à vida digna e, acima de tudo, à valorização da vida comunitária e à consciência sociopolítica de sua cidadania. Eram tempos em que se trabalhava com gosto e imenso prazer, porque se via as pessoas crescerem, tanto na sua autoestima, como reforçando a sua vida em comum. 
Quando, anos depois, já em Fortaleza  fui à “RÁDIO CIDADE AM” para uma entrevista a respeito de Dom Aloísio Lorscheider, o meu entrevistador era justamente Messias. Muitas conversas surgiram, lembrando aqueles bons tempos lá no Pará. 
Hoje lamento Messias ter se despedido de nosso convívio cedo demais, agradecendo a ele por tudo que sonhou e realizou, a fim de que nos conscientizemos acerca da nossa responsabilidade pela construção de uma sociedade verdadeiramente igualitária, sem resquícios de oligarquias, seja de que tipo ou família for. 
Para Nilma, o filho Carlos e as filhas Silvana e Márcia, nosso abraço de solidariedade neste momento de dor. Sejamos certos de que as sementes, plantadas por Messias, se transformarão em bons e belos frutos. 
Fortaleza, 13-11-2013, 
Geraldo Frencken 
geraldof73@yahoo.com.br 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Tenente-coronel da reserva critica formação em direitos humanos da PM

Este video, foi o recomendado pelo jornalista Plínio Bortolotti, no V Colóquio Teológico,( mas não foi possivel passar, enviamos agora a todas e todos , para que possam assistir em casa com mais calma.)
"TV Folha" conversou com o tenente-coronel da reserva Adilson Paes de Souza, autor do livro "O Guardião da Cidade: Reflexões Sobre Casos de Violência Praticados por Policiais Militares" (selo Escrituras).
O livro é resultado de sua dissertação de mestrado e analisa o desenvolvimento da educação em direitos humanos no Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo. 

domingo, 10 de novembro de 2013

Ritual indígena pela recuperação da saúde de Dom Tomás

Ritual indígena pela recuperação da saúde de Dom Tomás


(confira abaixo, Carta enviada pelos indígenas de Goiás e Tocantins a Dom Tomás)
Mais de cinquenta pessoas, amigos e amigas, companheiros e companheiras de Dom Tomás, acompanharam na tarde deste sábado, 9, o ritual indígena feito por  índios das etnias Xerente, Krahô e Krahô-Kanela pelo pronto restabelecimento da saúde de Dom Tomás. Pelas 11 horas da manhã ele havia deixado a UTI e fora transferido para o quarto. O ritual se desenvolveu na rua em frente ao Hospital do Coração Anis Rassi, em Goiânia (GO). Desde a janela do quarto Dom Tomás acompanhou tudo.
O ritual contou com cânticos, ao ritmo do som de maracás, falas e aplicação de um pó vegetal, à semelhança de unção. Nas falas, todos ressaltaram a importância de Dom Tomás para a luta dos povos indígenas, não só do Tocantins, mas de todo o Brasil. Isabel Xerente disse que Dom Tomás é o segundo pai. Vagner Krahô-Kanela lembrou o apoio de Dom Tomás na conquista de suas terras. Acentuou que a luta deles é pela vida, e a vida dos povos indígenas não existe sem o território. Foi lembrado também que Dom Tomás acompanhou, há poucos meses, uma delegação indígena do Tocantins em audiência com o Ministro Alexandre Padilha, quando foram reivindicar melhor atendimento de saúde.
Todos afirmaram com força que Dom Tomás é ainda muito necessário para a luta dos povos indígenas, pois a pressão contra seus direitos e seus territórios é muito grande. Por isso Deus vai ajudá-lo a superar esta doença.
Isabel Xerente passou o pó de uma árvore do Cerrado, ao modo de uma unção, em diversas pessoas presentes, amigas de Dom Tomás, já que ele estava no quarto. O ritual tem o sentido de proteger a pessoa, pois segundo eles ao mesmo tempo em que tem muita gente que quer Dom Tomás vivo, muitos fazendeiros gostariam de ver Dom Tomás morto, como a senadora Kátia Abreu.
Depois de terminado o ritual em frente ao Hospital, Isabel e outra indígena subiram ao quarto onde aplicaram também nele o pó.
Dom Tomás acompanhou tudo desde a janela do quarto, acenando para os presentes, e se comunicando através do viva voz de um celular. Ainda deu uma entrevista à TV Anhanguera pelo telefone. No final deu a todos e todas sua benção.
Todos aguardam a hora em que ele receberá alta hospitalar.
Carta à Dom Tomás Balduino
Bispo emérito da cidade de Goiás (GO)
Prezado companheiro;
Após nossos sinceros cumprimentos em nome dos povos Apinajé, Krahô, Krahô Kanela, Xerente, Tapuia, comunicamos que fomos informados de sua internação em UTI de hospital da cidade de Ceres (GO). Também já sabemos que foi transferido e se encontra hospitalizado em Goiânia (GO).
Todas essas notícias nos deixaram profundamente entristecidos e abalados. Diante dessa situação pedimos que nos compreenda e nos desculpe por não poder visitá-lo nesse momento. Porém queremos que saiba de nosso respeito e consideração a sua história e sua luta. E que apesar das distancias geográficas, mesmo assim estamos juntos com você em mais essa batalha em defesa de sua própria Vida.
Os Povos Indígenas do Estado de Tocantins e Goiás somos muito gratos a você. Para nós você é um Mestre, Conselheiro, Profeta, um defensor inalienável e convicto da Causa e da Vida dos povos marginalizados, escravizados e excluídos.
Temos Fé e acreditamos que nosso Deus, também está junto com você nessa batalha pela vida, por que nosso Pai jamais abandonará um varão justo numa hora difícil. E você é um ser humano justo, digno e honrado, que está cumprindo a sua nobre missão; praticando a Justiça e promovendo a Paz.
Dom Tomás veja que bela e exemplar história de resistência você está escrevendo e “imprimindo” junto com os Povos Indígenas e Movimentos Sociais desse País. Um bom pastor, sempre armado com a verdade e munido com sabedoria cristã; às vezes voando em céus de turbulências, às vezes navegando em águas agitadas ou trilhando os caminhos espinhentos dessa América Latina. Você nunca se intimidou e nem se curvou diante da arrogância e da prepotência dos tiranos.
Nessa caminhada você tem nos ajudado a fazer o bom combate; assim junto com outros lutadores você fundou o CIMI e a CPT, trincheiras seguras para denunciar e lutar contra as injustiças sociais, as violências, o preconceito, a escravidão, o latifúndio e a pistolagem, que também são as piores “doenças” que geram a morte. Nessa guerra temos contabilizado muitas vitórias; se lembra de algumas?
Nesse momento de sua Vida você nos dá a maior lição de amor ao próximo. Esse gesto Guerreiro nos fortalece e nos enche de esperança; na certeza que temos que continuar lutando pelas crianças, pelos idosos, pelos empobrecidos e excluídos. A nossa luta por dignidade e Direitos Humanos não tem fronteiras e é contínua. Até breve grande Guerreiro da Paz, nós vamos vencer!!!
Terra Indígena Apinajé, 09 de novembro de 2013.
Antônio Veríssimo da C. Apinajé.
Liderança do povo Apinajé do Estado do Tocantins.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

V COLÓQUIO TEOLÓGICO

03.11.13 09:00
Por: Plínio Bortolotti | Comentários: Comente
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Convidado pelo Movimento Formação Cristã Libertadora (MFCL),  vou falar no 5º Colóquio Teológico  Espiral da violência, inércia da sociedade, do ponto de vista da imprensa.
Apresentação
Meu tema será “O que aconteceu nas últimas décadas para que Fortaleza se tornasse uma das cidades mais  violentas do mundo?” Estará comigo na mesa o advogado Sérgio Barros Onofre, integrante do Emaús Vila Velha Amor e Esperança e facilitador do curso de de lideranças jovens da Pastoral da Juventude. Sérgio abordará o tema “Como fazer frente, de forma inteligente e eficaz, ao contágio geral da violência na sociedade em que vivemos?”
Debate
Atuará como debatedor o professor e teólogo Carlo Tursi e como moderador Roberto Bezerra, do MFCL, entidade promotora do evento.
9 de novembro
O seminário, aberto ao público, será no dia 9 de novembro (sábado), às 8h30min no salão paroquial da matriz de Nossa Senhora das Dores (igreja do Otávio Bonfim, no início da avenida Bezerra de Menezes). Mais informações com Stella Maris, telefones: (85) 8815 1891 / 9728 9704 e-mail: moviformcrisfor@gmail.com.