Todos nós passamos pela experiência da preparação de uma festa. Aqueles dias se tornam, muitas vezes, mais interessantes do que a própria festa, porque as preparativas são realizadas em conjunto: todo mundo mexe, pensa, corre, cria coisas. Essa movimentação suscita aquela ansiedade que cresce na medida em que o dia da festa se aproxima.
A mesma sensação de alegria, de expectativa toma conta das pessoas, quando se fala em festa de Natal. Trata-se de um tempo que é chamado de “Advento”, palavra que vem do verbo latino “advenir”, o que diz respeito a algo que surge posteriormente, que virá logo em seguida. Relembremos alguns costumes antigos da tradição cristã, que expressam bem esta expectativa e alegre ansiedade.
Entre os cristãos há um costume interessante que alimenta, de forma bem expressiva, esse tempo de espera. São colocadas quatro velas, geralmente em forma circular. A primeira é acesa no primeiro domingo do Advento, a segunda no domingo seguinte, e assim por diante. Quando chegamos ao último domingo, antes da festa de Natal, as quatro velas estão acesas e sua luz ilumina e seu calor aquece a nossa esperança pelo novo que está por vir.
Muitas famílias enfeitam suas casas com as decorações típicas da época, desde a árvore de Natal, luzes, velas, tudo bem colorido, e etc. Sempre, porém, é reservado um lugar de destaque para o presépio, criação de Francisco de Assis. Tomara que no nosso presépio haja lugar para os pastores, os amigos prediletos de Jesus.
Na liturgia da Igreja Católica continua o costume de chamar o terceiro domingo do Advento, quando faltam apenas duas semanas para o Natal, de “domingo da alegria” e se canta: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Diga novamente: alegrai-vos!”
Também as praças das nossos cidades são ornamentadas com inúmeras luzes, muitas cores, adornos natalinos. Há coros que cantam
músicas, alegrando a todos que ali se concentram.
Em outras palavras: o tempo que antecede à festa de Natal é marcado pela alegria, pela esperança, porque acreditamos que há de começar algo novo em nossas vidas. Paira no ar uma nova proposta de vida, um jeito melhor de se conviver uns com os outros, como canta Ivan Lins: “No novo tempo, apesar dos castigos, estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer.” Invade-nos um ardente desejo de que tudo aquilo que vai contra a vida dê lugar à realização de todos os nossos sonhos que falam de um mundo melhor. Ressoa dentro de nós uma voz que almeja tranquilidade, fraternidade, justiça, paz e amor.
No meio deste borbulhar todo, porém, é preciso procurar um pouco de silêncio, para que cada um possa encontrar-se, em primeira instância, consigo mesmo e, em seguida, se perguntar se está aberto e preparado para o novo, que veio no silêncio e na escuridão da noite, que “carrega a aurora em seu seio!” (Dom Helder). Veremos qual é esta bela aurora.
Geraldo Frencken
geraldof73@yahoo.com.br
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